ANTIPARASITÁRIOS

Anticoccidianos

 

Criptosporidiose

 

Protozoários do gênero Cryptosporidium (Eucoccidiorida: Cryptosporiidae) são coccídeos parasitos de células epiteliais intestinais e do trato respiratório; de caráter zoonótico e de distribuição mundial, infectam cerca de 170 espécies animais. São reconhecidas 18 espécies e 33 genótipos (XIAO; FAYER, 2008). É importante ressaltar que esses protozoários são, em sua maioria, espécie-específicos, sendo apenas alguns com amplo espectro de hospedeiros.

 

Clique aqui para ver uma tabela com a relação de hospedeiro-parasita.

 

O oocisto, estágio infectante, liberado com as fezes permanece estável por vários meses e a principal via de transmissão é a fecal-oral. Ingerido pelo hospedeiro, o oocisto invade o epitélio, replica, e através de ciclos reprodutivos sequenciais pode resultar na liberação de milhares deles por dia nas fezes. A transmissão está associada à ingestão de água, de alimento e contato com animais e/ou humanos infectados (HUBER et al.,2007; SMITH et al., 2007). 

 

Para a espécie canina, há poucos relatos da criptosporidiose, tendo em vista a grande população mundial de cães e o estreito convívio com humanos (THOMAS et al., 2007).

 

Em um estudo, foi observado o seguinte resultado: a positividade para Cryptosporidium nos animais que conviviam com idosos de 70-74 anos e com 75 ou mais (43,9%) foi muito elevada, configurando maior probabilidade de exposição desta parasitose em grupos populacionais considerados mais suscetíveis. A população de idosos apresenta maior susceptibilidade à criptosporidiose devido ao seu sistema imunológico e deve-se dar atenção para animais de companhia desses proprietários. Leia o artigo completo aqui.

 

Para entender melhor sobre este parasita e ver um vídeo do mesmo, clique aqui. No vídeo, preste atenção na velocidade com que os esporozoítos eclodem dos oocistos e procuram por uma célula do hospedeiro!

 

A maior parte do ciclo de vida desse parasita é intracelular, mantendo- o escondido do sistema imune do hospedeiro e de fármacos terapêuticos. Somente 3 estágios extracelulares são suscetíveis: oocisto, esporozoítos móveis (lembrando que eles são bem ágeis) e merozoítos decorrentes da reprodução assexuada (STEIN, et al, 2006).

 

Não há um tratamento específico eficaz contra as infecções por Cryptosporidium spp em animais (Bowman, 2009), o objetivo principal do tratamento é parar a diarréia.

 

Animais imunocompetentes muitas vezes precisam apenas de tratamento de suporte, pois ela é auto-limitante. Mas os imunocomprometidos precisam de auxílio para eliminar o parasito.

 

1) PARAMOMICINA

 

Antimicrobiano aminoglicosídeo que alivia os sintomas da doença e reduz a excreção de oocistos.

Não deve ser administrada a animais com diarréia, principalmente felinos com diarréia sanguinolenta, devido à possibilidade de ocorrer absorção com consequente nefrotoxicidade.

 

2) NITAZOXANIDA (ANNITA - para acessar a bula, clique aqui)

 

Antiprotozoário que tem ação através da inibição de enzimas que agem no metabolismo desses parasitos. Atualmente é a única droga aprovada pelo FDA para tratar crianças (reduz carga parasitária e tempo da doença clínica).

 

3) AZITROMICINA (AZIPLUS 200 - para acessar a bula, clique aqui)

 

Macrolídeo semissintético, liga-se a subunidade 50S do ribossomo (pode ocorrer antagonismo com cloranfenicol). Largo espectro de ação. Sofre biotransformação por enzimas microssomoais hepáticas por isso deve-se ter cuidado com fármacos que aceleram ou reduzem a ação dessas enzimas. Possui resultados variáveis, sendo alguns positivos.

 

4) TILOSINA

 

Macrolídeo semissintético, liga-se a subunidade 50S do ribossomo (pode ocorrer antagonismo com cloranfenicol). Sofre biotransformação por enzimas microssomoais hepáticas por isso deve-se ter cuidado com fármacos que aceleram ou reduzem a ação dessas enzimas. Aparentemente é um fármaco bom, reduzindo a diarréia e a liberação de oocistos em animais positivos para o protozoário. Entretando a infecção não é eliminada e possui um gosto bastante amargo, tendo que ser administrada em cápsulas quando o animal for felino.