top of page

 

Toxoplasmose

 

 

A toxoplasmose tem como seu agente etiológico o Toxoplasma gondii, um coccídio que parasita o intestino delgado de felinos, como o gato doméstico. Sendo assim, os felinos constituem os hospedeiros definitivos do agente, eliminando oocistos nas fezes e contaminando o meio ambiente, constituindo-se portanto, numa zoonose, já que atinge outros animais, inclusive o ser humano. Normalmente, o T. gondii parasita seus hospedeiros sem causar sinais clínicos, porém é capaz de causar doença severa, principalmente quando na sua forma congênita (NAVARRO et. al.; 1998). 

 

Para entender melhor o ciclo deste parasita clique aqui.

Para ter mais informações clique aqui.

Para ler um artigo completo sobre o assunto clique aqui.

 

A infecção em hospedeiros definitivos ou intermediários ocorre comumente, mas os sinais clínicos são raros. Quando presente, os sinais dependem do quadro imune do animal, número de microorganismos ingeridos, e se existe ou não uma afecção concomitante (ETTINGER & FELDMAN, 1997). 

 

A toxoplasmose clinica é reconhecida mais frequentemente nos gatos do que nos cães, mas o espectro de sinais é semelhante em ambas as espécies. São comuns sinais inespecíficos de anorexia, depressão, febre intermitente; outros sinais são denominados pelo local da lesão a partir da disseminação extra-intestinal, sendo que os órgãos mais afetados são os pulmões, os olhos, o cérebro, o fígado e a musculatura esquelética (BIRCHARD & SHERDING, 2003). 

 

Nos gatos, a doença clínica é rara, embora tenham sido registrados enterite, linfonodos mesentéricos infartados, pneumonia, alterações degenerativas no sistema nervoso central e encefalite (ABREU, 2001). Se ocorrerem manifestações clínicas, os órgãos mais comumente afetados são os olhos e pulmões, aproximadamente 75% dos animais com uveíte são soropositivos para Toxoplasma (ETTINGER & FELDMAN, 1997). 

 

Nos cães, o aparecimento da doença é marcado por febre, com lassidão, anorexia, diarréia, pneumonia e manifestações neurológicas; pode ocorrer infecção junto com cinomose ou vacinação contra cinomose (URQUHART; et al., 1996).

 

Ao tratar deste assunto, precisamos esclarecer alguns pontos: as aves, como as pombas, que são consideradas disseminadoras de toxoplasmose, na verdade são infectadas semelhantemente aos humanos e não liberam oocistos para o meio ambiente. Portanto, essas aves não transmitem toxoplasmose como os felinos, pelas fezes. A única maneira de se adquirir a patologia por elas é se alimentando da carne das mesmas sem que haja cozimento adequado, do contrário, não é possível.

 

 

Fármacos anticoccidianos

 

O fármaco de eleição para a toxoplasmose é a CLINDAMICINA, mas existem outros interessantes que serão citados a seguir.

 

As gestantes que apresentarem suspeita de infecção por T. gondii adquirida durante a gestação devem ser imediatamente tratadas com espiramicina, que é ministrada para prevenir a transmissão do T. gondii da mãe para o feto. 

 

O tratamento específico da mãe é feito com pirimetamina, sulfadiazina e ácido folínico. Durante o tratamento, as gestantes devem ser monitoradas com relação à toxicidade dos medicamentos. A pirimetamina é um inibidor da síntese de ácido fólico e, portanto, é um medicamento tóxico para a medula; desse modo, a paciente deverá receber ácido folínico (nunca ácido fólico, que anula a ação terapêutica da pirimetamina) para prevenir alterações como neutropenia, trombocitopenia e anemia. Nos casos em que a infecção fetal não for confirmada, o tratamento com espiramicina poderá ser continuado durante  toda a gestação. Embora o benefício do tratamento na gestação ainda seja controverso, têm sido demonstrados efeitos na redução da transmissão transplacentária do parasito e também na diminuição da gravidade das manifestações clínicas nos neonatos (AMENDOEIRA & CAMILLO-COURA, 2010).

 

Em cães e gatos, a clindamicina constitui provavelmente o medicamento de escolha. Pode-se também usar as sulfonamidas ou combinações sinérgicas de sulfonamida e pirimetamina (McCANDLISH, 2001).

 

A seguir, uma tabela com uma relação de outros fármacos para toxoplasmose:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FONTE: BRESCIANI, K.T.S.; COSTA, A.J.; NAVARRO, I.T.; TONIOLLO, G.H.; SAKAMOTO, C.A.; M.ARANTES, T.P.; GENNARI, S.M. Canine toxoplasmosis: clinical and pathological aspects.: Ciências Agrárias, Londrina, v. 29, n. 1, p. 189-202, jan./mar. 2008.

 

 

 

 

CLINDAMICINA

 

É um antibiótico do grupo das lincosamidas, um monoglicosídio ligado a um aminoácido.

 

Nomes comerciais: 

Anaerocid

Clindacin

Clindarix

Clindamin C

Dalacin C

 

Todos os medicamentos citados são humanos, não há um próprio para veterinária com este princípio ativo. Para acessar a bula, clique aqui.

 

Mecanismo de ação: impede a síntese protéica bacteriana ao se ligar à subunidade 50S do ribossomo, impedindo a translocação do RNAt e inibindo a enzima peptidiltransferase, desta forma, impedindo o alongamento da cadeia peptídica. Assim, ao impedir a síntese protéica, impede seu crescimento, levando ao silenciamento do organismo. Ou seja, trata-se de um mecanismo stático.

 

Efeitos adversos: pouco tóxicos, rara ocorrência de vômito e diarréia.

 

Associações: deve-se controlar cuidadosamente o paciente quando se usa simultaneamente clindamicina com anestésicos hidrocarbonados por inalação ou bloqueadores neuromusculares, dado que se pode potencializar o bloqueio neuromuscular, ocasionar debilidade do músculo esquelético e depressão ou paralisia respiratória. A administração junto com antidiarréicos absorventes pode diminuir significativamente a absorção de clindamicina por via oral. O cloranfenicol e a eritromicina podem desassociar a clindamicina de sua união às subunidades 50S dos ribossomos bacterianos ou impedir essa união e antagonizar desta forma seus efeitos

 

Particularidades: boa penetração óssea e em outros tecidos. Não atinge concentrações adequadas no líquido cerebrospinal, mesmo com as meninges inflamadas, mas é efetiva na toxoplasmose cerebral

 

 

 

Clindamicina

Anticoccidianos

 

Clique no botão para navegar diretamento à seção do fármaco de interesse.

bottom of page